Clipping: Aldeia de Adventistas Leigos, seguidores de Kalupeteka, dizimada no Kwanza Sul

Agosto 29, 2016

Clipping: Aldeia de Adventistas Leigos, seguidores de Kalupeteka, dizimada no Kwanza Sul

A denúncia é da organização não governamental FORDU.

Ouça o áudio:

O coordenador da organização não governamental que se dedica à defesa dos direitos humanos FORDU denuncia um “novo monte Sumi”, em Kassongue, na província do Kwanza Sul.

Ângelo Kapuacha fala em massacre total de uma comunidade constituida de 18 famílias em que os únicos sobreviventes são seis senhoras que se encontram presas na cadeia do Sumbe.

Tudo aconteceu a 13 de Agosto.

O coordenador da FORDU conta que a equipa de activistas seus destacada ao local dos acontecimentos não conseguiu entrar porque as forças policiais e militares cercaram o sítio e não deixaram ninguém aproximar-se do local, impedindo assim uma recolha de dados do acontecimento.

Contudo algumas evidências, segundo Kapuacha, apontam para um massacre total da comunidade de seguidores da seita A Luz do Mundo em Kassongue.

”Desta vez, a polícia teve cuidado em matar e não deixar rastos porque praticamente dizimou o grupo inteiro, a aldeia toda, entre os homens já não ha sobreviventes, julgávamos que um senhor tinha escapado, mas afinal, oito dias depois, descobrimos o seu corpo já em estado de putrefação”, revelou Kapuacha

Aquele activista acredita que “estamos em presença de um novo Monte Sumi, só que desta vez com proporções em número de mortes um pouco menores”.

Kapuacha assegura que o grupo dizimado em Kassongue ja tinha sido cadastrado pela sua organização quando em Março os seus membros foram espancados e tiveram as suas cubatas destríudas.

Na altura, refugiaram-se numa quinta próxima de um parente e criaram uma nova aldeia.

A imprensa, segundo Ângelo Kapuacha, foi orientada a divulgar um incidente do dia 9 de Agosto que resultou na morte de três agentes e cinco membros da referida comunidade, mas já não divulgou o massacre que ocorreu no dia 13 de Agosto, que dizimou a aldeia completa.

Membros da FORDU estão em Luanda para encetar contactos com as autoridades centrais no sentido de obter mais informações do que realmente aconteceu em Kassongue e para tentar saber por que ninguém mais pode ter acesso ao local cercado pelas forças da ordem.

Fonte: http://www.voaportugues.com/a/aldeia-seguidores-kalupeteka-dizimada-kuanza-sul/3485124.html

CHACINA EM CASSONGUE

Clipping: Aldeia de Adventistas Leigos, seguidores de Kalupeteka, dizimada no Kwanza Sul

Um comando unificado entre a Polícia Nacional e as Forças Armadas (FAA) é acusado de ter cometido, na madrugada do dia 14 de Agosto, um assassinato selectivo, no município do Cassongue, província do Kwanza Sul, matando todos os homens, num total de 25. O Folha 8 esteve no local em reportagem.

Por Filipe Dambi (*)

“M ataram-nos como se fossemos cães sem dono. Os militares e polícias invadiram a aldeia a disparar durante toda a noite e madrugada como se fossem demónios. Nunca acreditei que o governo fosse perseguir desta maneira os Ovimbundus, por causa de uma religião”, denunciou Bumba Handalika.

Os populares disseram ao Folha 8 ter sido uma acção propositada dos militares para eliminar todos os crentes de Kalupeteka, “que sejam naturais do Sul e isso pode vir, um dia a provocar uma grande guerra, pois não vamos aceitar continuar a ser mortos desta forma, como se fossemos bandidos. Eles não fazem isso com as igrejas dos brancos, somente a dos pretos e que sejam sulanos. É mesmo tribalismo, pois no norte isso eles não fazem, porque se protegem. A Igreja Universal matou mais de 16 pessoas lá em Luanda, mas o tribunal absolveu-os e não lhes aconteceu nada, porque são brancos e estrangeiros. Isso não é racismo é a realidade, pois desde que isso aconteceu já assassinaram mais de 2000 dos nossos crentes, todos inocentes e ainda não estão cansados, como mostraram em Cassongue”, assegurou a nossa fonte.

Entretanto, para branquear a situação, os militares e a Polícia, face à onda de indignação popular, tomaram duas decisões; a primeira foi a exoneração do comandante municipal da Polícia (a corda rebenta do lado mais fraco) e a outra, a apresentação, nos órgãos de comunicação social do regime, das mulheres e crianças da aldeia, para se auto incriminarem.

“Nunca mais vou votar, neste governo. Eles são piores que os assassinos e bandidos que nós conhecemos, pois entram nas nossas casas de noite, arrastam-nos para fora e matam-nos diante das nossas mulheres e filhos, com muita maldade e frieza”, afirmou Bumba.

“Matam-nos como cães”

Os incidentes tiveram início, no dia 09.08, quando a Polícia de Cassongue, liderada pelo comandante, sem justificativo de perturbação da ordem, decidiu invadir uma aldeia onde viviam em pacífico isolamento, 18 famílias, sobreviventes do Massacre do Monte Sumy (Huambo) da Congregação Religiosa Luz do Mundo de Kalupeteka.

O problema começou quando os agentes, ao invés de dialogarem com as populações sobre o cometimento de algum ilícito, começaram a disparar indiscriminadamente contra os fiéis, resultando deste acto tresloucado, a morte de cinco cristãos, sendo duas crianças (de 10 e 12 anos de idade), uma mulher e dois homens, tal como Folha 8 noticiou no passado dia 12.

Diante deste massacre a população reagiu, em legítima defesa, lançando-se contra os agentes policiais, tendo desarmado e morto dois, com pedras e paus.

Esta acção determinou, o pedido de reforço militar, que foi desproporcional, pois vieram cerca de duas companhias de agentes da Polícia de Intervenção Rápida e igual das Forças Armadas, que sitiaram a aldeia proibindo qualquer habitante de sair dela, até às 23h50 do dia 13.08.

A partir daí começou uma verdadeira caça ao homem, com uma verdadeira chacina, durante toda madrugada, para matar os homens conotados com a Congregação Religiosa “Luz do Mundo”.

Do que F8 apurou, no local, apenas houve um sobrevivente, que conseguiu escapar desta barbárie, para a denunciar. Foi isso que terá levado o regime a levar como detidos, algumas mulheres, crianças e feridos sobreviventes, para a cadeia do Sumbe e posteriormente apresentados na comunicação social pública.

Recorde-se que das 18 famílias que habitavam a aldeia, cada era composta em média, entre 5 à 10 pessoas, num universo calculado de cerca de 180 cidadãos, agora deserta de civis, por uns terem sido presos e outros assassinados.

Ainda no local, sob o cheiro intenso de pólvora, o F8 localizou um membro do gabinete dos Direitos Humanos do FORDU, que informou integrar uma equipa destacada no terreno, para apurar in loco o que realmente se passou.

“Neste momento é prematuro qualquer informação fidedigna, pois estamos a fazer o levantamento e tentar encontrar sobreviventes e mesmo abordar alguns agentes policiais e militares, para nos explicarem quais as motivações do governo continuar a assassinar pessoas por motivações religiosas”, disse esse membro do FORDU.

O defensor dos Direitos Humanos disse lamentar, não poder fechar o relatório do Massacre do Monte Sumi, “porque sempre que o queremos fazer, acontece mais um incidente mortal, onde a polícia, não investiga, basta, por vezes um boato e logo, morre um inocente por ser conotado ou mesmo pertencente a congregação religiosa de Kalupeteka”, conclui.

Numa altura em que o MPLA prepara o seu VII Congresso, continua a espalhar o luto e a dor nas famílias angolanas, assassinando todos quantos não partilhem das suas ideias.

(*) Em Cassongue, Kwanza Sul

Fonte: http://jornalf8.net/2016/chacina-em-cassongue/

Primeira notícia: Massacre em Cassongue

ANGOLA. Mais um massacre contra os fiéis da congregação religiosa de José Julino Kalupeteka, na região de Cassongue, está a decorrer e envolve as FAA e a Polícia e um considerável arsenal bélico.

Nesta altura o balanço provisório dada a escassez de informações aponta para a morte de cinco fiéis (duas crianças, dois homens e duas mulheres) para além de dois elementos da Polícia Nacional.

Em retaliação a estes confrontos, as FAA, juntamente com a Polícia sitiou a aldeia inteira e há fortes sinais de que durante as próximas horas não haverá sobreviventes se, como tudo indica, as FAA usarem o material bélico deslocado para o local: RPG7, PKM, AK, morteiros diversos e granadas, transportado em dois camiões russos de marca Kamazi e cinco Ivecos das FAA.

A congregação de Kalupeteka, tal como aconteceu no Huambo, está a ser exterminada pelo facto de o seu líder ser ovimbundo e não aceitar integrar o MPLA.

Fonte: http://jornalf8.net/2016/massacre-em-cassongue/

02.09.2016 • 11h48: ONG denuncia mortes de seguidores de Kalupeteka

Segundo o FORDU, mais de 30 pessoas de uma localidade no Kwanza Sul estão desaparecidas depois de confrontos com a polícia.

O Fórum Regional para o Desenvolvimento Universitário (FORDU) denunciou que fiéis da seita A Luz do Mundo estão a ser perseguidos por efectivos militares, tendo ocorrido dois ataques nos dias 9 e 13 de Agosto, que terão levado ao desaparecimento de mais de 30 pessoas da localidade onde residem, no Kwanza Sul.

Segundo a organização, no local, onde viviam cerca de 40 pessoas, até ao momento “não há rasto de sobreviventes, com excepção de seis senhoras que estavam detidas”.

A rádio RFI contactou o integrante da organização Mãos Livres, Salvador Freire, para verificar a veracidade dos ataques. O advogado disse que “não confirma nem desmente [esta informação] mas pretende investigar, contactar pessoas e a FORDU, para verificar a sua veracidade ou não [e considera que] a ser verdade os responsáveis devem ser julgados”.

No dia 15 de Agosto, o Rede Angola noticiou que confrontos entre polícias e alegados membros da seita A Luz do Mundo havia provocado, na província do Kwanza Sul, pelo menos cinco mortos, entre agentes da autoridade e fiéis.

Esta seita foi liderada até 2015 por Julino Kalupeteka, condenado entretanto a 28 anos de prisão por confrontos que terminaram na morte de mais de 20 pessoas no Huambo (há fontes que falam em centenas), enquanto estes novos incidentes terão começado no dia 9, quando dois agentes foram mortos por alegados fiéis na comuna do Dumbi, município de Cassongue.

Segundo um comunicado do governo provincial, os membros desta seita são acusados de terem provocado “actos de violência sobre as autoridades policiais que se deslocaram àquela localidade na intenção de repor a ordem pública”.

Outros sete seguidores de Kalupeteka foram condenados em cúmulo jurídico a penas de 27 anos de cadeia, enquanto autores materiais de nove crimes de homicídio qualificado consumado, além de crimes de homicídio qualificado frustrados e de resistência à autoridade.

Mais dois elementos desta seita, que anunciava o fim do mundo para breve, foram condenados a 16 anos de cadeia.

O caso marcou a actualidade internacional em 2015, com as denúncias da oposição e de algumas organizações – sempre negadas pelo governo – apontando a morte de centenas de seguidores daquela seita nos confrontos com a polícia no monte Sume, Huambo.

Fonte: http://www.redeangola.info/ong-denuncia-mortes-de-seguidores-de-kalupeteka/

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